sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Maquiavel; primeiro homem a pensar política da era cristã



Nicolau Maquiavel é italiano nascido em  Florença em maio de 1469.    Seu livro é uma dedicação ao Príncipe de Florença, Lorenzo de Médici. Na época, Florença estava vivendo uma situação caótica. Maquiavel foi o primeiro foi o primeiro e a pensar na divisão da igreja e do estado, a ética estava relacionada com a igreja, já a política com o estado.
A idéia de que o homem é capaz de criar seu próprio destino estava apenas começando. Novas idéias e novas visões ameaçaram a Europa como um terremoto. O período medieval entrou em falência. É o renascimento, a primavera da civilização ocidental e o conceito de governo político como uma invenção puramente humana. Assim  Maquiavel foi o primeiro homem a pensar política da era cristã.  Ele propõe medidas necessárias e fraudulentas em favor de um bem comum. Sistematicamente analisou as condições necessárias para o poder  sobreviver. Ele explica que o príncipe deve saber jogar, ensina a ser piedoso e cruel, para mentir e quebrar a palavra, quebrar os princípios morais e religiosos quando for necessário. O Príncipe foi o guia para tiranos e políticos normais. Nicolau Maquiavel criou o maior discurso político de todos os tempos. É conhecido como o fundador do pensamento e da ciência da política moderna.  Sua tese ultrapassou gerações e as asas da história e injetou-se no DNA do discurso político do mundo moderno.  Nas formas de governo, monarquistas, republicanos e anarquistas apoderaram-se de seu discurso,   que originou um sistema dividido e duas formas: na formas puras  de governo, sendo elas  MonarquiaAristocracia e Democracia.  Já na formas impuras de governo , a  Tirania, a Oligarquia e Demagogia.  No sistema de governo influenciou monarquia, o parlamentarismo, o presidencialismo e o semi-presidencialismo.
Enquanto lemos a obra “o Principe” podemos contextualizar em nossas mentes as manchetes de jornais e telejornais dos dias atuais.
A obra que está dividida em 26 capítulos e foi escrita em três meses. Maquiavel tinha em seu sangue a ciência política. Em 1512 foi demitido  sob acusação de  ser responsável por uma política anti-Médici e grande colaborador do governo anterior. Foi multado em mil florins de ouro e proibido de se retirar da Toscana durante um ano. Para piorar sua situação, no ano seguinte dois jovens, Agostino Capponi e Pietropolo Boscoli, foram presos e acusados de conspirarem contra o governo. Um deles deixou cair involuntariamente uma lista de possíveis adeptos do movimento republicano, entre os quais estava o de Maquiavel, que foi preso e torturado. Maquiavel, depois de passar 22 dias na prisão é solto e proibido de participar da vida política, tendo que voltar para a residência da família no campo. Maquiavel via seu cérebro mofar ao sentir-se inútil a seu tempo. Neste tempo Maquiavel estava escrevendo a obra “O Discurso” e a interrompe para escrever o tratado político mais conhecido e famoso de todos os tempos,  “O Príncipe”.  O Príncipe é um tratado político e propõem a libertação da Itália das intervenções de franceses e de espanhóis, considerados bárbaros. A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.
Sobre os princípios maquiavélicos que não uma má interpretação da obra, Nicolau, nunca chegou a escrever a sua frase mais famosa: “os fins justificam os meios”. Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira de pensar. Seria praticamente impossível analisar num só trabalho, todo o pensamento de Nicolau Maquiavel , portanto, vamos analisá-lo baseados nessa máxima tão conhecida e tão diferentemente interpretada. O texto da obra que possivelmente propõe a famosa expressão segue:

“há duas maneiras de se tornar príncipe, que não podem ser atribuídas exclusivamente a sorte ou ao merecimento, que não devem ser silenciadas, embora uma delas pudesse ser examinada mais amplamente se estivéssemos estudando as repúblicas. Consistem em tornar-se soberano por algum meio vil, ou criminoso, ou pelo favor dos concidadãos. (p.50)”
“para atingir tal posição, o cidadão não dependerá inteiramente do valor ou da sorte, mas da astúcia afortunada. (p.56)”

Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade não apenas dele mas de todo o povo Italiano,  de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços. Maquiavel em O Príncipe,  faz uma referência elogiosa a César Bórgia, que após ter encontrado na recém conquistada Romanha , um lugar assolado por pilhagens , furtos e maldades de todo tipo, confia o poder a Dom Ramiro d’Orco. Este, por meio de uma tirania impiedosa e inflexível põe fim à anarquia e se faz detestado por toda parte. Para recuperar sua popularidade, só restava a Bórgia suprimir seu ministro.  Para Maquiavel , um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo.
É importante ressaltar que ele preferia uma república à ditadura. Tinha uma preocupação com a fraqueza militar e política da Itália, e desejava ver um governante forte que unificasse o país e expulsasse os invasores estrangeiros que estavam devastando a Itália. Por um lado, Maquiavel era defensor de táticas severas e cínicas, por outro, ele era um patriota idealista.  Poucos filósofos políticos foram tão condenados quanto Maquiavel. Seu nome virou sinônimo, inclusive na língua portuguesa, de duplicidade e manipulação: “maquiavélico”. As idéias de Nicolau Maquiavel podem não ter sido morais, mas foram certamente influentes.  O jovem político Nicolau Maquiavel era um gênio fantástico, que pensava e respirava política. O florentino Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni tinha algo muito em comum com Maquiavel, ambos viveram na mesma cidade, Florença, porem Michelangelo tinha como matéria prima o granito (mármore), já machiavel tinha por matéria a carne, o sentimento, a vida das pessoas. A cristandade em decadência: conflitos entre o poder divino (Igreja) e o poder temporal (Estado). Processo de ascensão do capitalismo: mercantilismo Desenvolvimento do Estado Nacional: soberanos locais são absorvidos pelo fortalecimento das monarquias e pela crescente centralização das instituições políticas (cortes de justiça, burocracias e exércitos) Estado absoluto: preserva a ordem de privilégios aristocráticos (mantendo sob controle as populações rurais), incorpora a burguesia e subordina o proletariado incipiente Inglaterra e França: consolidam poder central Itália não realiza unificação nacional: é um conglomerado de pequenas cidades- estado rivais, disputados pelo Papa, Alemanha, França e Espanha.  Durante o Renascimento, as cinco principais potências na península Itálica eram: o Ducado de Milão, a República de Veneza, a República de Florença, o Reino de Nápoles e os Estados Pontifícios.
Este era palco do conflito entre duas tendências: a da exaltação pagã do indivíduo, da vida e da glória histórica, representada por Lourenço de Médici e seu irmão Juliano de Médici; e a da contemplação cristã do mundo, voltada para o além, que se formava como resposta ao ressurgimento da primeira nos mais variados aspectos da vida como a arte e até na Igreja, representada por religiosos como Girolamo Savonarola. Este era o palco da obra de Nicolau Maquiavel.  A obra de Maquiavel relaciona-se diretamente com o tempo no qual foi produzida. O método utilizado por ele rompe com a tradição medieval ao fundamentar-se no empirismo e na análise dos fatos recorrendo a experiência histórica da Roma Antiga ganha por ele em seus estudos. Além disso, ele foi o primeiro a propor uma ética para a política diferente da ética religiosa, ou seja, a finalidade da política seria a manutenção do Estado. Essa análise começou a difundir-se com a Reforma e a Contra-Reforma. Em sua obra O Príncipe, defendeu a centralização do poder político e não propriamente o absolutismo. Suas considerações e recomendações aos governantes sobre a melhor maneira de administrar o governo caracterizam a obra como uma teoria do Estado moderno.
Ao longo dos séculos, esta resistência acabou nublando a riqueza das descobertas para as ciências do Estado e da política. Na obra de Maquiavel, funda-se uma nova moral: a moral do cidadão, típico destes tempos humanistas: É o homem que edifica o Estado.


BREVE RESUMO DOS CAPÍTULOS DE “O PRÍNCIPE”

Capítulo I:.  OS VÁRIOS TIOS DE ESTADO, E COMO SÃO INSTITUÍDOS
Existem 2 tipos de Estados as Repúblicas e os Principados. Os Principados são hereditários ou fundados recentemente. As Repúblicas são conquistadas pela força ou sorte.

Capítulo II:. AS MONARQUIAS HEREDITÁRIAS
É mais fácil governar um Estado que seja por forma de Principado do que sob a forma de Monarquias Novas. Para que isso ocorra não se deve transgredir costumes e adaptar da melhor forma às situações difíceis.

Capítulo III:.  AS MONARQUIAS MISTAS
A dificuldade encontrada é que o novo Estado não é totalmente novo, ou seja, o novo Coordenador terá dificuldades para instalar mudanças às pessoas que estavam no Estado anterior. Fará assim, inimigo e ñ poderá satisfazer todas as expectativas daqueles que o ajudaram a conquistar a nova monarquia. O pior é quando o conquistador do novo Estado possui leis, costumes e fala língua diferente dos conquistados pois, a dificuldade de comunicação é imensa. Para que o governo seja duradouro, é preciso que o conquistador resida na província conquistada. Outra solução é instalar 2 ou 3 colônias em lugares estratégicos para que os colonos vigiem o restante da população para o Rei. Esta última forma é mais eficaz, foi a fidelidade é maior.

Capítulo IV:.  POR QUE O REINO DE DARIO, OCUPADO POR ALEXANDRE, NÃO SE REBELOU CONTRA OS SUCESSORES DESTE, APÓS SUA MORTE
No curso da história os reinos têm sido governados de duas formas: por um príncipe e seus assistentes, que, na qualidade de ministros, o ajudam a administrar o país, agindo por sua graça e licença; ou por um príncipe e vários barões, cuja posição não se explica por um mercê de soberano, mas pela antiguidade da própria linhagem.. Esses barões têm súditos e territórios, onde são reconhecidos como senhores, e aos quais estão ligados por laços de natural afeição. Nos Estados governados por um Príncipe e seus ministros, o monarca tem maior autoridade, pois em tais reinos ninguém é tido como superior. Se se obedece a alguém é porque se trata de um ministro ou funcionário do Príncipe, o q ñ inspira qualquer estima particular.

Capítulo V:.  O MODO DE GOVERNAR AS CIDADES OU ESTADOS QUE ANTES DE CONQUISTADOS TINHAM SUAS PRÓPRIAS LEIS
Quando um monarca conquista um país que antes era vivido em liberdade, existem três formas de mantê-lo:
Pode-se arruiná-lo, ir habitar na “terra” conquistada ou permitir que a população continue com suas próprias leis. A cidade habituada à liberdade pode ser dominada mais facilmente por meio de seus cidadãos do q de qualquer outra forma, desde que se queira preservá-lo.

Capítulo VI:.  OS NOVOS DOMÍNIOS CONQUISTADOS COM VALOR E COM AS PRÓPRIAS ARMAS
Os homens seguem quase sempre caminhos já percorridos por outrem, agindo por imitação ( o homem prudente escolherá sempre o caminho trilhado pelos grandes vultos, selecionando os mais destacados).
O indivíduo q se torna príncipe pressupõe ter grande valor ou boa sorte.. Contudo, os q têm sido menos afortunados se mantiveram melhor. Examinando nitidamente, veremos q nada deveram à sorte, a ñ ser oportunidade.
Um príncipe p/ executar suas obras pode pedir ajuda a outrem, ou impor-se pela força. Na 1° hipótese sempre se dão mal, e ñ chegam a parte alguma, mas quando dependem dos próprios meios apenas, e conseguem impor-se, raras vezes falham. Daí a razão pq todos os profetas armados vencem, e serem arruinados os desarmados.

Capítulo VII:.  OS NOVOS DOMÍNIOS CONQUISTADOS C/ AS ARMAS ALHEIAS E BOA SORTE
Aqueles q se tornam príncipes exclusivamente pela sorte empregam nisso pouco trabalho, mas só a muito custo se mantêm na nova posição. Além disso, os Estados criados subitamente – como tudo o mais q na natureza nasce, cresce c/ rapidez – ñ podem ter raízes sólidas, profundas e ramificadas, de modo q a 1° tempestade o derruba.

Capítulo VIII:.   OS Q C/ ATOS CRIMINOSOS CHEGARAM AO GOVERNO DE UM ESTADO
Há ainda duas maneiras de se tornar um príncipe. Consistem em tornar-se soberano por algum meio vil, ou criminoso, ou pelo favor dos concidadãos.
Ñ se pode, contudo, achar meritório o assassínio dos seus compatriotas, a traição dos amigos, a conduta s/ fé, piedade e religião; são métodos q podem conduzir ao poder, mas ñ à glória

Capítulo IX:.   O GOVERNO CIVIL
Consideremos agora o caso do cidadão q se torna soberano ñ por meio do crime, ou da violência intolerável, mas pelo favor dos seus concidadãos: é o q se poderia chamar de governo-civil. Para atingir tal posição,  o cidadão ñ dependerá inteiramente do valor ou da sorte, mas da astúcia afortunada. Chega-se a ela c/ o apoio da opinião popular ou da aristocracia (p/ quem não sabe o q é essa última palavra, é a forma de organização social e política em q o governo é monopolizada pela classe da nobreza). Desses 2 interesses q se opõem, surge 1 de três conseqüências: o governo absoluto, a liberdade ou a desordem. Quem chega ap poder c/ a ajuda dos ricos tem maior dificuldade em manter-se no governo do q quem é apoiada pelo povo.
Por conseguinte, quem se tornar um príncipe pelo favor do povo deve manter sua estima – o q lhe será difícil, pois a única coisa q o povo pede é ñ ser oprimido.

Capítulo X:.  COMO AVALIAR A FORÇA DOS ESTADOS
Ao examinar as qualidades dos principados, é necessário considerar se é tal a situação do príncipe q em caso de necessidade ele se pode manter por si, ou se precisa sempre do auxílio alheio. Quem fortificar bem sua cidade, e proceder c/ relação aos seus súditos como já indicamos, e indicaremos mais adiante, só c/ grande relutância será atacado, pois os homens nunca se inclinam a empreendimentos q prometem ser difíceis, e nunca parecerá fácil atacar aquele q tem sua cidade bem defendida, e ñ é odiado pelo povo.

Capítulo XI:.  OS ESTADOS ECLESIÁSTICOS
Os Estados Eclesiásticos, conquistados c/ o mérito ou c a sorte, nem um nem outra são necessários p/ conserva-los, pois são sustentados por antigos costumes religiosos. Só esses príncipes podem ter Estados s/ defende-los e súditos s/ governa-los; e seus Estados, mesmo s/ ser defendidos, ñ lhe serão tomados
Obs: Maquiavel relata em seu livro a importância o Papa Alexandre VI:


                                “Dentre todos os que sentaram no trono de Pedro, melhor demonstrou o quanto um  papa pode dominar pelo dinheiro e pela força.” Nicolau Maquiavel.

Capítulo XII:.  OS DIFERENTES TIPOS DE MILÍCIA E DE TROPAS MERCENÁRIAS
A base principal de todos os Estados, sejam novos, antigos ou mistos, são boas leis e bons exércitos. E como ñ pode haver boas leis onde ñ há bons soldados, devendo haver boas leis quando os soldados são bons, ñ discutirei aqui as leis, mas sim as forças armadas.
As tropas c/ q um príncipe defende seus domínios podem ser próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares são prejudiciais e perigosas, o príncipe q defenda seus domínios c/ o apoio de mercenários nunca terá uma posição firme ou segura, pois são soldados desunidos, ambiciosos, sem disciplina e infiéis, ousados entre amigos, covardes perante os inimigos; ñ teme a Deus nem são leais aos homens. O motivo único e a afeição q os faz lutar é 1 salário modesto, q ñ é suficiente p/ faze-los morrer pelos soberanos. Uma república q ñ tenha exército próprio se submeterá mais facilmente ao domínio de 1 dos seus cidadãos do q uma república c/ armas mercenárias

Capítulo XIII:.  FOÇAS AUXILIARES, MISTAS E NACIONAIS

As forças auxiliares, pedidas a um vizinho poderoso como ajuda para a defesa do Estado, são tão inúteis quanto as mercenárias. As tropas auxiliares podem ser em si mesmas eficazes, mas são sempre perigosas p/ os q delas se valem – se são vencidas, isto representa uma derrota; se vence, aprisionam quem as utiliza. Um príncipe prudente, por conseguinte, evitará sempre tais milícias, recorrendo a seus próprios soldados; preferirá ser derrotado c/ suas próprias tropas a vencer c/ tropas alheias. Em suma, as armas alheias nos sobrecarregam e limitam, quando ñ falham.

Capítulo XIV:.  OS DEVERES DO PRÍNCIPE PARA C/ AS MILÍCIAS
Os príncipes, por conseguinte, ñ deveriam ter outro objetivo ou pensamento além da guerra, suas leis e sua disciplina, nem estudar qualquer outro assunto; pois esta é a única arte q se espera de quem comanda. Os príncipes quando se interessam mais pelas coisas amenas do q pelas armas, perdem seus domínios. Entre outros males, estar desarmado significa perder a consideração.

Capítulo XV:.  AS RAZÕES PELAS AS QUAIS OS HOMENS, ESPECIALMNTE OS PRÍNCIPES, SÃO LOUVADOS OU VITUPERADOS.
Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o q faz está fadado a sofrer, entre tantos q ñ são bons. É necessário portanto, q o príncipe q deseja manter-se aprenda a agir s/ bondade, faculdade q usará ou ñ, em cada caso, conforme seja necessário. Contudo, ñ deverá se importar c/ a prática escandalosa daqueles vícios s/ os quias seria difícil salvar o Estado. Certas qualidade q parecem virtudes levam à ruína, e outras q parecem vícios trazem como resultado o aumento da segurança e do bem-estar.

Capítulo XVI:.  A LIBERALIDADE E A PARCIMÔNIA
Não sendo possível ao soberano, praticar sem risco a liberalidade assim conhecida, o príncipe, para ser prudente, ñ deve se incomodar q o chamem de miserável.
De fato, a liberalidade é muito necessária para o príncipe que marcha à frnte do seu exército e vive do botim de guerra, do roubo e de resgates, pilhando a riqueza alheia, sem a qual deixaria de ser seguido pelas tropas.
Ora, dentre as ciosas q o príncipe precisa evitar, o mais importante é o ser desprezado ou odiado; e a liberalidade conduzirá a uma ou outra dessas condições.

Capítulo XVII:.  A CRUELDADE E A CLEMÊNCIA. SE É PREFERÍVEL SER AMADO OU TEMIDO
Continuando o exame das outras qualidades mencionadas, todos os príncipes devem preferir ser considerados clementes, e ñ cruéis. O príncipe, portanto, ñ deve se incomodar c/ a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal
É ideal o príncipe ser amado e temido, porém, dentre os dois, é mais seguro ser temido, se for preciso optar. Não obstante, o príncipe deve fazer-se temer de modo q , mesmo q ñ ganhe o amor dos súditos, pelo menos evite seu ódio.

Capítulo XVIII:.  A CONDUTA DOS PRÍNCIPES E A BOA FÉ
Os príncipes q tiveram pouco respeito pela palavra dada puderam c/ astúcia confundir a cabeça dos homens e chegaram a superar os q basearam sua conduta na lealdade.
Um príncipe prudente ñ deverá pois, agir com boa-fé quando, para faze-lo, precise agir contra seus interesses, e quando os motivos q o levaram a empenhar a palavra deixarem de existir.
Não é necessário q príncipe tenha: piedade, fé, integridade, humanidade e religião, porém, é fundamental q ele pareça possuir todas elas.

Capítulo XIX:.  COMO SE PODE EVITAR O DESPREZO E O ÓDIO
O q mais contribuirá para fazer um príncipe odiado é, a conduta rapace, a usurpação dos bens e das mulheres dos súditos.
Os príncipes precisam se acautelar contra duas coisas: uma interna – seus súditos -; a outra, externa – as potências estrangeiras. Se um príncipe possui a estima do povo é impossível que alguém cometa a temeridade de conspirar

Capítulo XX :. A UTILIDADE DE CONSTRUIR FORTALEZAS, E DE OUTRAS MEDIDAS Q OS PRÍNCIPES ADOTAM C/ FREQUÊNCIA.
Jamais aconteceu q um príncipe novo chegasse ao poder e desarmasse seus súditos; ao contrário, estando eles desarmados, o príncipe sempre lhes dá armas, pois esses braços armados pertencerão ao monarca, os suspeitos se tornarão leais e os que já eram fiéis manterão sua fidelidade, e de simples súditos passarão a ser partidários do soberano.

Capítulo XXI:.  COMO DEVER AGIR UM PRÍNCIPE PARA SER ESTIMADO
Nada faz com que um príncipe seja mais estimado do q os grandes empreendimentos e os exemplos q dá.
É muito útil também p/ o príncipe dar algum exemplo notável da sua grandeza no campo da admiração interna, como o q se conta a respeito de messer Barnabó de Milão. Quando acontece q algum cidadão faz algo extraordinário na vida política – algo de bom ou mau -, é preciso achar um meio de recompensa ou punição q seja amplamente comentado. Acima de tudo, um príncipe deve procurar em todas as suas ações conquistar fama de grandeza e excelência.
É também muito estimado o príncipe q age como verdadeiro amigo ou inimigo declarado; isto é, q se declara s/ reservas em favor d uns e contra outros, política q é sempre mais útil do q a da neutralidade.

Capítulo XXII:.  OS MINISTROS DOS PRÍNCIPES
A 1° impressão q se tem de 1 governante e da sua inteligência é dada pelos homens q o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e de manter a fidelidade. Mas quando a situação é oposta pode-se sempre fazer dele mau juízo, pq seu 1° erro terá sido cometido ao escolher os assessores.
Há 3 tipos diferentes de mente: 1 compreende as coisas por si só, o 2° compreende as coisas demonstradas por outrem, o 3° nada consegue discernir, nem só nem c/ a ajuda dos outros.
Se 1 ministro preocupa-se consigo mesmo mais do q c/ o príncipe, nunca será 1 bom ministro. O príncipe por outro lado, para assegurar a fidelidade do ministro, deve pensar nele, honrando-o

Capítulo XXIII:.  DE Q MODO ESCAPAR AOS ADULADORES
Não há outra forma de se defender contra adulações do q fazer as pessoas compreenderem q ñ há ofensa em falar a verdade; mas quando todos podem falar a verdade a alguém, perdem-lhe o respeito. O príncipe prudente adotará 1 3° caminho, escolhendo como conselheiros homens sábios, e dando-lhes inteira liberdade p/ falar a verdade, mas só quando interrogados.

Capítulo XXIV:. AS RAZÕES PQ OS PRÍNCIPES DA ITÁLIA PERDERAM SEUS DOMÍNIOS
Se considerarmos os senhores q perderam seus Estados na Itália de hoje, encontraremos um defeito comum no q se refere às forças armadas, ou sofriam de hostilidade por parte do povo. Sem tais defeitos, só se perde um Estado quando ñ se pode colocar 1 exército em campanha.

Capítulo XXV:.  O PODER DA SORTE SOBRE O HOMEM E COMO RESISTIR-LHE
Para ñ descartar nosso livre-arbítrio, creio q se pode admitir q a sorte seja árbitra da metade de nossos atos, mas q nos permite o controle sobre a outra metade, aproximadamente.

Capítulo XXVI:.  EXORTAÇÃO À LIBERTAÇÃO DA ITÁLIA, DOMINADA PELOS BÁRBAROS
Embora já tenhamos tido algum vislumbre de esperança, fazendo pensar q Deus teria enviado alguém p/ redimi-la, a sorte o derrubou no ponto culminante da sua carreira; agora, quase s/ vida, a Itália espera por quem lhe possa curar as feridas e ponha fim aos problemas. Ñ se vê neste momento, em quem mais ter esperança de q se ponha à frente da sua redenção senão na ilustre família Médici.
Com efeito, os italianos são superiormente aptos p/ os duelos e competições: têm vigor, destreza e inteligência. Mas quando se trata de exércitos de guerra, apresentam maus resultados; o q deriva diretamente da fraqueza dos seus líderes. É necessária antes de mais nada – como sólido fundamento genuíno de qualquer empresa – q prepare suas forças.
O Príncipe é um tratado político E propõem a libertação da Itália das intervenções de franceses e de espanhóis, considerados bárbaros. A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.
Nicolau Maquiavel criou o maior discurso político de todos os tempos. É conhecido como o fundador do pensamento e da ciência da política moderna.  Sua tese, ultrapassou gerações e as asas da história e injetou-se no DNA do discurso político do mundo  moderno

IMPORTANTES CITAÇÕES:  

“(p.14)...  para conhecer bem a natureza do povo é preciso ser príncipe, e para conhecer melhor a natureza dos princípios é preciso ser o povo.’’
“(p.18)...  o soberano fará, assim, inimigos – aquelas pessoas injuriadas com a ocupação do  seu território – e não poderá manter a amizade dos que o ajudaram na conquista do poder, por não lhe ser possível satisfazer suas expectativas.’’
“(p.20)... para impor-lhes com segurança o domínio, bastará que a dinastia que os  governara até então seja extinta”
“(p.20)... quem possui territórios nessas condições, e deseja mantê-los, deve ter em mente duas coisas: a primeira, a extinção da linhagem de seus antigos governantes; a segunda, a manutenção das leis e dos tributos. Desse modo, em prazo muito curto os novos territórios se integrarão com seu antigo domínio formando um só estado.’’
“(p.20)... estando o soberano presente, os distúrbios serão logo percebidos e rapidamente corrigidos.’’
“(p.22)... uma guarnição custará muito mais do que uma colônia, consumindo todas as receitas da província, e fazendo que a aquisição do território se torne um prejuízo.”
“(p.22)...a regra geral é de que, quando um estrangeiro poderoso penetra numa província, todos ao habitantes menos poderosos o apóiam, movidos pela inveja dos que tinham poder maior do que o seu.”
  “(p.25)... e não percebeu que dessa forma se enfraquecia, afastando os inimigos e os que haviam buscado  aliança, e ao mesmo tempo fortalecia a igreja, acrescentando-lhes poderes temporais ao poder espiritual, que já lhe dava tanta autoridade.”
“(p.27)... nunca se deve permitir  uma alteração da ordem para evitar a guerra, pois, assim agindo, a guerra não será evitada, mas apenas adiada, em condições desvantajosas.”
“(p.33)... quando se conquista um Estado acostumado a viver em liberdade, e regido por suas próprias leis, há três maneiras de mantê-lo:  a primeira consiste em arruiná-lo; a segunda, em ir nele habitar; a terceira, em permitir-lhe um tributo, e organizando ali um governo composto de poucas pessoas, que possam ser mantidas amigas.”
“(p.34)... quem se torna o senhor de uma cidade livre, e não a aniquila, pode esperar ser destruído por ela, pois sempre haverá motivo para rebelião em nome da liberdade permitida e das suas  eventuais tradições, que nem o curso do tempo nem os benefícios recebidos conseguem pagar.”
“(p.37)... aqueles que se tornam príncipes pelo seu valor conquistam domínios com dificuldades, mas os mantêm facilmente; a dificuldade se origina em parte nas inovações que são obrigados a introduzir para organizar seu governo com segurança. Vale lembrar que não  há nada mais  difícil de executar e perigoso de manejar ( e de  êxito mais duvidoso) do que a instituição de uma nova ordem de coisas. Quem toma tal iniciativa suscita a inimizade de todos os que são beneficiados pela ordem antiga...”
“(p.38)...a natureza dos povos é lábil: é fácil persuadi-los de uma coisa, mas é difícil que mantenham sua opinião.”
“(p.38)...desarmados, Moisés, Ciro, Teseu e Rômulo não teriam podido fazer que as instituições propostas fossem observadas por muito tempo.”
“(p.49)... comete um grande erro quem pensa que entre  as altas personalidades seja possível esquecer antigas ofensas com novos benefícios. O duque, portanto, equivocou-se na escolha feita, e esse equívoco foi a causa da sua ruína definitiva.”
“(p.50)...há duas maneiras de se tornar príncipe, que não podem ser atribuídas exclusivamente a sorte ou ao merecimento, que não devem ser silenciadas, embora uma delas pudesse ser examinada mais amplamente se estivéssemos estudando as repúblicas. Consistem em tornar-se soberano por algum meio vil, ou criminoso, ou pelo favor dos concidadãos.”
“(p.56)...para atingir tal posição, o cidadão não dependerá inteiramente do valor ou da sorte, mas da astúcia afortunada.”
“(p.56)...quando os ricos percebem que  não podem resistir à pressão da massa, unem-se, prestigiando um dos seus e fazendo-o príncipe, de modo a poder perseguir à sombra da autoridade soberana.”
“(p.57)... quem chega ao poder com a ajuda dos ricos tem maior dificuldade em manter-se no governo do que quem é apoiado pelo povo...”
“(p.58)... quem se tornar um príncipe pelo favor do povo deve manter sua estima, o que não será difícil, pois a única coisa que o povo pede é não ser oprimido. Mas aquele que chega ao poder apoiado pela aristocracia, contra os desejos do povo, deve acima de tudo procurar ganhar a estima dele deste o que conseguirá facilmente, se o proteger. Os homens que recebem o bem quando esperam o mal se sentem ainda mais obrigados com relação ao benfeitor; pois a massa logo se tornará ainda mais grata ao príncipe do que  se ela própria lhe houvesse outorgado o poder.”
“(p.60)...por isso o príncipe prudente procurará meios pelos quais seus súditos necessitem sempre do seu governo, em todas as circunstancias possíveis e fará assim, que lhe sejam fiéis.”
“(p.64)...estados eclesiásticos: só esses príncipes podem ter estados sem defende-los e súditos sem governá-los; e seus Estados, mesmo sem ser defendidos, não lhes são comandados.”
“(p.67)...pois a base principal de todos os Estados, sejam novos, antigos ou mistos, são boas leis e bons exércitos. E como não pode haver boas leis onde não há bons soldados, devendo haver boas leis quando os soldados são bons, não discutirei aqui as leis, mas sim as forças armadas.”
“(p.76)... o príncipe que não percebe os problemas do seu Estado logo no seu início não é verdadeiramente sábio, e poucos o são.”
“(p.77)... as forças próprias de um príncipe são aquelas compostas por seus súditos, cidadãos ou servos; as demais são todas mercenárias ou auxiliares.”

Para quem preferir assistir o vídeo, segue o mesmo apartir do link do Youtube:

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