Lançamento de livro sobre a belle époque de Sobral

SOCIABILIDADE E CULTURA
DAS ELITES SOBRALENSES
DE ELZA MARINHO LUSTOSA DA COSTA
Série Panorama Nacional da
coleção NOSSA CULTURA da
Secretaria da Cultura do Estado do Ceará
Data: 02 de agosto (terça-feira)
Horário: 19h30m
Local: Biblioteca Municipal de Sobral – Lustosa da Costa
Sobre a Obra: Sociabilidade e Cultura das Elites Sobralenses (1880-1930), obra da socióloga e historiadora sobralense Elza Marinho Lustosa da Costa, a partir de sua tese de doutorado em História Social defendida junto ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em maio de 2002, para apresentação no Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB), em 20 de julho de 2005, integra agora a série Panorama Nacional da coleção Nossa Cultura, da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.
A pesquisa de Elza Marinho teve como eixo a análise da “cultura de elite” sobralense, concentrando-se, em especial, nos domínios político, religioso e da vida mundana, na tentativa de descobrir como ela pode tomar formas específicas na cidade e como foi apreendida por suas elites. O estudo cobre o período que vai de 1880 (em 1881 inaugurou-se a estrada de ferro Sobral - Camocim, símbolo do prestígio das classes políticas locais) a 1930 (em 1932 inaugurou-se a rodovia Sobral-Fortaleza, promovendo o início do declínio de Sobral).
Como fontes principais de estudo, as principais coleções de jornais de Sobral, além das atas das duas maiores confrarias religiosas: Santíssimo Sacramento e Vicentinos.
O livro, dividido em cinco capítulos, tem como referencial teórico o conceito de representações coletivas, estas formas de conhecimento socialmente elaboradas e partilhadas que contribuem para a construção de uma realidade comum a um grupo social. Reconstitui a história de Sobral desde as suas origens, fornece os elementos do quadro sociocultural da cidade, discute o povoamento da região onde Sobral se situa e analisa as condições de formação das famílias que compõem as elites sobralenses.
O trabalho também examina detidamente a Imprensa local, desvenda a natureza de suas atividades jornalísticas.
Na obra percebe-se o esforço da historiadora em reconhecer os canais de formação e desenvolvimento da “cultura de elite” e, nesse sentido, o estudo da educação constitui elemento fundamental, assim como o teatro, as práticas de leitura e outras produções culturais. A Imprensa, conforme já assinalado, constituiu ainda outra manifestação útil para definir a identidade das camadas mais elevadas da hierarquia social de Sobral.
Obviamente, para construir toda essa análise, Elza Marinho buscou Sobral desde seu início e retratou a pecuária e a ação da igreja como fatores determinantes do surgimento e consolidação dos primeiros núcleos urbanos; fatos históricos como a elevação da antiga Vila de Caiçara à cidade de Sobral; o domínio de Sobral no comércio regional e diante das cidades de entorno; a formação da “cultura de elite” sobralense (inicialmente composta por proprietários rurais e membros da Igreja) e dos novos hábitos, atitudes e comportamentos emergentes e de autopromoção na virada do século XIX para o XX; as noções positivas que as elites tinham da cidade e delas mesmas no papel da classe protagonista desse processo; os mitos criados, a representação do mundo e a consolidação da cultura de elite de Sobral.
Elza Marinho Lustosa lembra, porém, que o livro não pretende ser mais uma apologia das glórias do passado sobralense. É, antes de tudo, uma visão realista, crítica e emancipadora da história local. É uma tentativa de compreender os movimentos contraditórios que contribuíram para o apogeu e a decadência de uma praça-forte. É uma leitura de um processo de transformação que foi da glorificação à consciência, construída a partir do trabalho continuado e persistente de muitos historiadores.
Enfim, um livro que certamente contribui na construção de nossa historiografia e na compreensão da formação de nosso povo cearense.
Sobre a Autora: Elza Marinho Lustosa da Costa nasceu em Sobral. É formada em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará/UFC (1978), com especialização em História (UnB, 1992), mestrado em Histoire et civilisations (École des Hautes Études em Sciences Sociales, de Paris), doutorado em História Social (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro ) e atuou como professora de Sociologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, reside no Rio de Janeiro e é professora do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro/Universidade Cândido Mendes

1 comentários:
“Defender a inclusão da história no rol das ciências sociais é procurar a inteligibilidade dos fatos, das práticas e das representações, ou seja, é estabelecer um relação de compreensão com esses fenômenos”. Tal é a abordagem utilizada pela socióloga Elza Marinho Lustosa da Costa, em Sociabilidade e cultura das elites sobralenses (1880-1930), livro que oferece uma descrição densa sobre o povoamento, a formação e o desenvolvimento da Vila de Sobral e discute a emergência de sua cultura de elite - sociabilidade, práticas e representações.
23 de julho de 2011 às 15:54A obra, uma edição da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, como parte da coleção Panorama Nacional, será lançada na Biblioteca Municipal de Sobral Lustosa da Costa, dia 02 de agosto, às 19:30 h, numa iniciativa da Secretaria de Cultura do município. Trata-se de uma versão menos formal e sisuda da tese de doutorado da autora, preparada na École des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS), de Paris, e defendida junto ao Programa de Pós-graduação em História Social do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2002. Atualmente, Elza Marinho Lustosa é professora do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ, prestigiada instituição de ensino vinculada à Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro.
A partir da análise de fontes primárias, como coleções de jornais, atas de confrarias religiosas e outros documentos, Elza Marinho Lustosa pretende mostrar as práticas de sociabilidade das elites urbanas de Sobral e, partir delas, as representações mentais que reconstroem a estrutura e a dinâmica social no período que vai de 1880 a 1930. Esses marcos correspondem à implantação da estrada de ferro Sobra-Camocim e à inauguração da rodovia Fortaleza-Sobral. A autora sobralense busca entender onde e como os membros da elite se formam, vivem e se socializam e como se apropriam e reconstroem o mundo social. Daí o interesse pelas famílias, a educação, as irmandades religiosas, os hábitos de consumo, a vida mundana, o jornalismo e a historiografia. A análise desse rico acervo de documentos e informações revela que, o contrário do que a autora pensava inicialmente, Sobral não é muito diferente de outros pólos da economia primário-exportadora do Império, pois a importação do modelo europeu, sobretudo francês, era comum a muitas cidades do Nordeste e de outras regiões do país. O que a faz singular é justamente a consciência, a valorização e a propagação de sua cultura de elite.
Elza Marinho Lustosa lembra que o livro não pretende ser mais uma apologia das glórias do passado sobralense. É, antes de tudo, uma visão realista, crítica e emancipadora da história local. É uma tentativa de compreender os movimentos contraditórios que contribuíram para o apogeu e a decadência de uma praça-forte. É uma leitura de um processo de transformação que foi da glorificação à consciência, construída a partir do trabalho continuado e persistente de muitos historiadores.
Sobral faz o caminho da história. Pois quem não conhece o passado está repeti-lo, conforme já enunciava Santayana, em seu célebre aforismo.
Postar um comentário
Prezado Amigo, sua opinião é muito importante para o desenvolvimento deste veículo de informação. Deixe sua sua mensagem e contribua com o nosso trabalho.